quarta-feira, 28 de novembro de 2018

QUANTO COBRAR POR UM TEXTO

QUANTO COBRAR POR UM TEXTO?
(Por Rodrigo Van Kampen)
https://viverdaescrita.com.br/quanto-cobrar-por-um-texto/


Finalmente chegamos NA QUESTÃO.
Um texto não é um produto, é um serviço. Quanto custa uma ilustração? Um site? Um anúncio? A resposta é sempre DEPENDE. Ai, caramba. Depende?
Depende do tamanho do projeto e do cliente. É um jeito bonito de dizer “depende dotamanho da bucha trabalho que vai dar”. É um texto para um cartão de Natal do consultório odontológico ou é o informe do novo posicionamento da Empresa Global XYZ?
Ah, mas um texto para empresa grande custa mais caro? Sim, sabe por quê? Porque ele será lido por mais gente. Não que você não cuidará bem de um texto para um cliente menor, mas uma coisa é revisar três vezes para entregar o melhor cartão de Natal possível para a FuronoDente, outra é escrever a defesa de um novo posicionamento para uma marca global, texto que será aprovado por três diretores e reescrito pelo menos dez vezes. (E que no final será descartado, quando a empresa optar pela versão que o próprio presidente escreveu e obrigou os diretores a aceitar).
Há muitos lugares que ensinam a fórmula para cobrar por freelas. Faça as contas de seus gastos mensais, divida pelo número de horas que você trabalha e então você tem o valor mínimo por hora apenas para sobreviver. Dobre esse valor. Calcule quantas horas você leva para fazer um texto e pronto, está aí o seu valor por texto. O problema é que o valor cobrado não deve depender do seu estilo de vida (o caminho correto é o inverso). Então você precisa de um referencial.
Um valor que considero adequado cobrar por um texto é… *Ninjas arrebentam minha janela e me sequestram, e vocês nunca mais ouvem falar de mim.*
Brincadeirinha. Eu tenho um preço padrão por “um texto”, que pode ser muitas coisas com até mil palavras: um post de blog, um texto publicitário, um slogan, uma página de um site e algumas outras coisas. Esse valor é de 250 reais.
Agora, já que estou aqui abrindo minha tabela de valores, pecado mortal de qualquer um que trabalha com conteúdo ou criação, vamos explicar o negócio direito. Ó, importante: esse é um valor interno meu, não o valor que cobro do cliente. Eita, como assim? Vamos dizer que esse é um valor inicial para as contas. O custo do arroz com feijão. Ainda temos que aplicar as variáveis que eu disse acima. No próximo artigo vou abordar quanto tempo demora para criar um desses bichos, mas você pode pensar nos seguintes parâmetros:
Quantidade de textos: Quanto mais textos, mais barato o valor por cada um deles, ao ponto que um projeto de longo prazo, como um contrato anual para produção de posts para blog, por exemplo, pode chegar à metade do preço. Um site pode ter muitas páginas com pouco conteúdo em cada uma delas, o que também ajuda a abaixar o custo.
Dificuldade do assunto: Uma coisa é escrever neste blog sobre escrita, um assunto que é meu ganha pão, outra coisa é escrever sobre qual é o melhor tratamento ortopédico para elefantes idosos.
Exigência do público: Trabalho tanto com textos para posts, que são mais simples de produzir, como conteúdos publicitários para públicos bastante exigentes, que precisará de mais reescritas até chegar ao tom certo da mensagem.
Urgência: Se o prazo é curto, o valor dobra. Ah, é para ontem? Sem problemas, basta assinar o cheque que vou ali pegar o meu DeLorean.
Enfim. Esse meu valor de referência é o valor médio cobrado por uma agência de conteúdo séria aqui na região. Já vi gente vender texto por 7 reais. Não façam isso, o valor não paga nem a energia elétrica. Nem mesmo o busão para ir e voltar da reunião com o cliente. E clientes, vocês querem mesmo um “””””profissional””””” de 7 reais?

Mas ninguém me paga isso!

É, eu sei. Se você está começando, vai ter que trabalhar com uma tabela um pouco mais baixa. Mas há algumas coisas que você pode fazer para aumentar o seu passe:
Experiência na área: Essa é a questão básica. Se você for contratada para produzir conteúdo para uma agência, por exemplo, essa agência não quer ter trabalho, não quer ter que ficar corrigindo o seu texto ou orientar demais o direcionamento. Uma boa redatora saberá tirar todas as dúvidas na entrevista inicial ou por telefone enquanto o texto é produzido, em vez de entregar um texto com o direcionamento incorreto. Poupar o trabalho (e tempo) do seu cliente é um detalhe muito valorizado.
Até por isso profissionais com experiência em agência e redação são mais valorizados, porque entendem bem da rotina (insana) de trabalho nesses lugares.
Entregas pontuais: Essa é uma das questões mais importantes para qualquer freelancer. Sério, entregue os trabalhos no prazo. Pouca coisa irrita mais do que ter que esperar a entrega de alguém terceirizado. Muitas vezes há equipes inteiras que dependem daquele texto para dar continuidade ao projeto (designers, webdevelopers, ilustradores). Atrasar o trabalho de todo mundo não é legal. Já estive muito do outro lado, em agência, e sempre batia um desespero quando não recebia dos freelas no prazo. (Desenvolvedores eram os mais atrasados, justamente por isso os que mais trocávamos a cada job).
Especialização em um nicho ou mercado: Essa é uma das melhores formas de valorizar o seu trabalho. É difícil encontrar redatores especializados em determinados segmentos, por isso são muito mais requisitados. Escolha uma área que você goste e entenda, e vá fundo. Isso também facilita na hora de encontrar novos clientes, diminuindo o escopo da busca. Você conhece as principais marcas que atuam naquele segmento.
Fortalecer seu nome como sua marca: Tornar-se popular (principalmente em um determinado nicho) pode fazer com que o texto assinado por você, com o seu rostinho, seja mais valorizado naquela determinada área. Pense em colunistas especializados, por exemplo.

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